Visitas

domingo, 10 de janeiro de 2010



Bela aimagem do que simboliza "ser Poeta" por Charles Baudelaire
poema extraído da obra Les Fleurs du Mal)

L'albatros

Souvent, pour s'amuser, les hommes d'équipage
Prennent des albratos, vastes oiseaux des mers,
Qui suivent, indolents compagnons de voyage,
Le navire glissant sur les grouffres amers.

A peine les ont-ils déposés sur les planches,
Que ces rois de lázur, maladroits et honteux,
Comme des avirons traîner à côte d'eux.

Ce voyageurs ailé, comme il est gauche et veule!
Lui, naguère si beau, qu'il est comique et laid!
L'un agace son bec avec un brûle-gueule,
L'autre mime, en boitant, l'infirme qui volait!

Le Poëte est semblable au prince des nuées
Qui hante la tempête et se rit de l'archer;
Exilé sur le sol au milieu des huées,
Ses ailes de géant l'empêchent de marcher.


(Tradução por Ivan Junqueira)

Às vezes, por prazer, os homens da equipagem
Pegam um albatroz, imensa ave dos mares,
Que acompanha, indolente parceiro de viagem,
O navio a singrar por glaucos patamares.

Tão logo o estendem sobre as tábuas do convés,
O monarca do azul, canhestro e envergonhado,
Deixa pender, qual par de remos junto aos pés,
As asas em que fulge um branco imaculado.

Antes tão belo, como é feio em desgraça
Esse viajante agora flácido e acanhado!
Um, com o cachimbo, lhe enche o bico de fumaça,
Outro, a coxear, imita o enfermo outrora alado!

O Poeta se compara ao príncipe da altura
Que enfrenta os vendavais e ri da seta no ar;
Exilado no chão, em meio à turba obscura,
As asas de gigante impedem-no de andar.